quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

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Passei o dia todo de caneta na mão
Pelejando pra fazer um verso de amor
E a única coisa parecida com verso de amor
Que saiu da porra da minha caneta foi:
Rosinha, Rosa, Rosa de Sousa
Eu gosto mais de você do que da sua bunda.
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Poema garimpado no Balaio Porreta
No Blogue do Kayser, este grande cartunista, você descobre genialidades como esta. Gostaríamos que fosse mentira, mas não é assim no mundo todo?





Aliás, esta arte me lembra um soneto magnífico que eu roubei do ótimo Balaio e que postei faz tempo, mas que vale sempre aparecer por estas bandas para que não nos esqueçamos do quão grandiosos ou desumanos podemos ser.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Esta bomba está na Caros Amigos de dezembro e está citado, tanto na página da Pilar (Se eu fosse um repolho) quanto na página do Paulo Henrique Amorim (Conversa Afiada).
É conferir e vomitar:

http://www2.paulohenriqueamorim.com.br/?p=2467

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

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...os destroços, os calos, os choros contidos pareciam brotar dos seus olhos. Não, ele ainda não tinha tempo para chorar. Bem que queria, mas a sua alma estava cansada demais, tensa demais, seca demais. Queria correr para todos os lados, nu e assexuado, mas a coragem que brota do pavor é por comida, pela animalização do horror. Foi enviado como repórter e, antes que pudesse entender a décima segunda bomba, fecharam-se todas as fronteiras. Estava preso na degradação da maior cadeia já registrada. O gás rareava, a água, há muito, não era potável, a luz era “Encontros e Partidas”, assim como o sorriso, a incerteza severa e a dor humilde – único elemento que, depois de uma explosão, revela a vida. Queria voltar a ser deus no Rio de Janeiro: beber sem limites, comer uma belíssima picanha, trepar com alguém que saia de Flower by Kenzo, que beba Stella Artóis, que goste do Chico, que more na Orla. Queria ser um desvairado, mas aquelas fotos eram as fotos de Carajás, eram as fotos de Soweto, eram as fotos da miseria humana, eram as fotos do João Helio em meio a chuva de fósforo. E ninguém fica indiferente quando as fotos mostram os filhos de alguém. Ele acende um cigarro e o traga sem pudor. Um copo de vinho cairia bem, mas o cheiro do sangue queimado o deixa enjoado, sufocado. Daqui a pouco começa tudo de novo, mas é assim no mundo todo, aqui só tem mais jornalistas e interesses maiores. De repente alguém vai falar alguma coisa, está apontando para um céu muito cinza e de uma claridade absoluta. É Deus que vem! É o chamado. Algumas pessoas se levantam, outras imitam a posição fetal. Uns choram. Ele não consegue, por mais que seja preciso. Ele não consegue. O brilho se faz presente! Um barulho seguido de outro! Tudo assim: exclamativo e uma constante... Uma constante... onomatopéia...
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PS.: Estou sem internet em casa, por isso, as dificuldades são imensas para ler todos os meus blogues favoritos e postar algum comentário. Peço desculpas a todos.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009



Quer-se o último instante? O brilho que, menos intenso, revela a morte? Por que túnel passar? Estamos todos seguros neste mundo de ninguém? Certo-e-errado é tão simples assim? Duvido que a minha noite tenha sido serena. Eu ainda estou vivo e, isto, é prova suficiente de que nada me traz serenidade. Estar vivo é uma eterna luta entre o sofrer e a ansiedade de querer ser feliz.
Estou na grande metrópole a procura da “Flor” de Drummond, reluzo diante do tédio, do nojo e do ódio. Gaza está dentro de mim. Não estou pró nem contra. Judeus, Palestinos, exército israelense, Hamas, Hezbollah. É tudo uma merda. Quando os jornais colaram na primeira, na segunda, na terceira e na trigésima terceira páginas a morte de cento e cinquenta na Faixa, quatrocentos haviam sido exterminados no Congo, mas o Congo importa? Mas o homem importa? Mas a notícia é humana? É tudo uma merda e Gaza não sai de dentro de mim, com seus estilhaços, seus gritos, suas crianças.
Quer-se o último instante? Mas o tempo existe? Mas o mundo existe? Será que não somos mais um desses pesadelos de Deus?
E Deus existe?